quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Uma pequena história sobre preconceito literário com final feliz.




A Menina que Roubava livros – Markus Zusak.

Ao final do curso Alfabetização & Linguagem (2008) fui presenteada por uma cursista, profª Carmenci, com três livros e um maravilhoso cartão. Não costumo ganhar livros (quase ninguém ganha), mas comprá-los, portanto fiquei felicíssima. Li os contos de Perrault, Drummond e comecei a ler A menina que roubava livros. Parei, tenho muiiiiiiiiiiiiiiita resistência aos best sellers, e assim não conseguia evoluir. Após alguns meses, reeencontrei a Carmenci e fiquei muito envergonhada, pois ela me perguntou pelo livro e eu o havia deixado de lado, então resolvi retomar a leitura. Assim, despi-me do preconceito e, eureka!! Devorei o livro. Obrigada, Carmenci, pelo presente. Que narrativa, que personagem encantadora! As construções prendiam-me ao texto, vontade de descobrir mais e mais. Pensei de imediato no letramento daquela personagem, aliás, que ilustração de letramento. A narrativa propicia a construção de imagens fantásticas que nos envolve a cada página lida. Um deleite de seiscentas e poucas páginas, entregue-se ao prazer de lê-lo.


Aí vai uma pequena amostra.


Foi nos livros que Liesel viu a oportunidade de fugir daquilo tudo que a perseguia. Ela esquecia do irmão morto com um olho aberto, no chão do vagão do trem.
Ensinaram-na a ler. Um certo enrolador de cigarros e acordeonista.
No abrigo, durante os bombardeios, ela sacudia as palavras para manter todos mais calmos. E longe de mim. Era a sacudidora de palavras. Até que um dia ela escreveu seu próprio livro. Até que um dia as sirenes não tocaram para avisar sobre as bombas. Até que um dia a rua Himmel foi devastada. Até que um dia só sobrou a menina que roubava livros nos escombros de um porão raso demais para suportar.Uma sobrevivente.Um acordeão quebrado.Um beijo tarde demais.Um livro perdido e devolvido em tempo.Venha comigo, quero lhe contar uma história. Vou lhe mostrar uma coisa.
Nota final de sua narradora:"Os seres humanos me assombram".