sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz 2011!!!!

(Imagem da Internet)
O ano de 2010 me ofereceu muitas surpresas, em todos os sentidos. Mas, sem dúvida,  as melhores surpresas e conquistas foram reveladas nos últimos meses, graças a Deus!
Assim, agradeço muiiiiiiiiiiiiiiiito  por tudo o que aconteceu,  pois tudo me fez mais forte! Agradeço, principalmente pelos novos amigos e pelas velhas amizades ( indispensáveis), pelos desafios, pelas superações, pelas conquistas profissionais/pessoais e pela família.
Queridos, que 2011 seja um ano intenso, revelador e altamente produtivo para todos nós. Que tenhamos sáude, paz, prosperidade e muita paciência( muita mesmo!!!) para seguir a diante rompendo as possíveis barreiras que encontrarmos ao longo do caminho. Boas festas!! Nos vemos em 2011, até mais.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Odeio o horário de verão

Ninguém merece o horário de verão, principalmente, pelo fato de que ele chega junto com as chuvas. Ah, as chuvas...tão esperadas para romper com meses de estiagem e baixa umidade, mas pouco apreciadas em função de um "novo horário".
 Não consigo registrar um único bom motivo para a existência desse horário, pois não creio na dita economia, acordo e ainda está escuro. Nas primeiras semanas a minha vida fica uma bagunça, sonolência, mau humor, entre outras. Moro longe do trabalho e da escola da minha filha, ela entra na escola às 7 da manhã e é muito triste vê-la sonolenta, aliás, crianças, chuva, escola no período matutino e horário de verão, definitivamente não combinam. Outro fato é que eu não corro no parque para aproveitar a luminosidade do horário de verão, affffffff, muito pelo contrário, de dia ( horário de verão) ou à noite (normal) tenho as mesmas atividades que infelizmente não são modificadas em função da maior luminosidade. Não temos praia, temos chuva nesse período. Talvez o único fato que justifique esse horário seja a economia de energia, mas eu não sei se ela é real e se vale a pena tanto transtorno. O horário de verão é um horror para quem cumpre horário no trabalho, para quem depende de ônibus, para quem tem filho pequeno em idade escolar etc. EU ODEIO O HORÁRIO DE VERÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

domingo, 17 de outubro de 2010

Literatura Marginal

Literatura periférica na sala de aula


O bom currículo de literatura tem mais que só textos canônicos. É importante apresentar linguagens e maneiras de contar histórias diversas.
 
Traços de oralidade misturados a termos da linguagem culta. Incorreções ortográficas, sintáticas ou de pontuação. Selo editorial desconhecido. Textos com pelo menos uma dessas características provavelmente não seriam escolhidos por você para trabalhar literatura com os alunos, certo? E se os autores de produções com alguns ou todos esses pontos, embora desconhecidos, fossem referendados por especialistas como donos de um estilo literário próprio e relevante?
Se você está pensando que elogios e referências desse tipo são capazes de fazer qualquer um mudar de opinião, inclua na sua lista de autores admiráveis Ferrez, Sergio Vaz, Sacolinha, Alan da Rosa, Dinha e Rose da Coperifa. E seja bem-vindo ao universo da literatura marginal, movimento que atualmente reúne autores que têm berço nas periferias brasileiras, escrevem sobre temáticas diversas e se mantêm distantes das normas cultas propositalmente. "Por causa dessas características, não faz sentido avaliar toda e qualquer composição seguindo os critérios pertinentes à criação erudita", explica Heloisa Buarque de Hollanda, coordenadora do projeto Universidade das Quebradas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). São atitudes como essa, inclusive, que fazem a escola estigmatizar o gosto das pessoas e restringir o rol de leitura da moçada. "Não se trata de abandonar o estudo literário canônico, mas garantir espaço para outros", pontua Márcia Abreu no livro Cultura Letrada - Literatura e Leitura.
A literatura marginal tem como característica a pluralidade, inclusive ao que se refere à gama de definições (leia na ilustração desta reportagem algumas delas). Ela não deve ser, por exemplo, tachada simplesmente de violenta ou de retrato da pobreza e da marginalidade, como costuma ocorrer. Esses temas fazem parte de seu repertório, mas não são os únicos. Cátia Cernov, no recém-lançado Amazônia em Chamas, por exemplo, reúne contos sobre ecologia. Rodrigo Ciríaco, em Te Pego Lá Fora, aborda o cotidiano escolar. Heloisa explica que, no início de carreira, os escritores marginais tendem a falar mais sobre sua realidade, a respeito do "próprio CEP", como eles mesmos definem. Mas muitos abordam outros temas depois.
Para compreender o movimento, é importante saber que ele, na década de 1970, tinha motivações diferentes. De acordo com Heloisa, os autores daquela época, entre outras características, tinham por princípio fazer os próprios livros, o que nem sempre ocorre atualmente. "Era um movimento da contracultura e feito pela classe média", ela define.
Textos marginais, como muitos outros, requerem mediação.
Ao promover o estudo de produções marginais, o professor tende a despertar o interesse dos alunos pelo hábito da leitura e amplia o repertório deles de várias maneiras (leia a sequência didática). A razão é o contato com os variados gêneros textuais marcados por temáticas geralmente cotidianas e com linguagem coloquial. Somam-se a isso termos e construções textuais diversificados e às vezes mais palatáveis e autores que não estão no panteão culto, aproximando a relação entre quem escreve e quem lê. Sem contar que esse tipo de proposta é capaz de revelar um caminho para reconhecer textos de qualidade, provocando a turma a eleger motivos para gostar deles ou não e atribuir adjetivos a determinadas produções.
De acordo com o pesquisador inglês Terry Eagleton, a literatura se caracteriza por transmitir emoção estética. E esse é um dos itens que devem permear a análise feita pelos estudantes a fim de que encarem o produto literário como um fenômeno cultural e histórico, que recebe elogios e críticas em diferentes épocas, de variados grupos sociais.
Porém isso tudo não pode abrir as portas da escola para qualquer texto marginal. Tal como em outras adjetivações literárias - infantil e feminina, por exemplo -, existem produções boas e ruins.
Mei Hua Soares, professora de Língua Portuguesa, chama a atenção para outro ponto. "Os alunos, por ainda serem pouco ou nada familiarizados com o universo literário, podem não perceber a função dos objetos de mediação usados pelo autor, como palavrões e distorções da realidade, e acabar rejeitando a obra. Ou, no extremo oposto, ainda ignorando a mediação, se identificar em demasia com ela e passar a fazer apologia descabida ao material", ela explica. Por isso, o papel do educador é tão importante nesse momento quanto diante de um texto de Machado de Assis (1839-1908).
É preciso ajudar os estudantes a comparar produções de naturezas diversas. Não com o intuito de mostrar como uma é inferior à outra, mas para que entendam como e por que diferentes grupos interpretam e registram questões muito semelhantes. E, é claro, para se despir de todos os preconceitos.

Os erros mais comuns
  • Propor que a turma corrija os textos em relação à ortografia e à gramática presentes nos textos. Essa estratégia só reforça a ideia equivocada de que os escritores marginais não sabem escrever e encobre o estilo próprio de cada um.
  • Oferecer textos marginais que retratem a vida na periferia para estudantes pobres, só porque eles se reconhecerão, ou para os mais abastados, só porque eles não conhecem essa realidade. O objetivo tem de ser apresentar um movimento literário.
( Fonte: Nova Escola)




segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Eu e a Mafalda

Em rápida passagem por San Telmo não resisti aos encantos da minha querida Mafalda. Um charme, rs!!! 

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Que delícia!!!!!




É exatamente assim que eu me sinto. Férias, mudança de local de trabalho e muitas mudanças na vida.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Pesquisa indica avanço na qualidade do ensino

Apesar de ter alcançado médias previstas para o ano passado, dados do Ideb mostram que muitos estados ficaram abaixo das metas para os níveis médio e fundamental. Índices do Distrito Federal estão entre os cinco melhores do país



Publicação: 05/07/2010 08:10

O fantasma da queda da qualidade de ensino no Brasil pode até estar ficando para trás, como afirmou na última quinta-feira o ministro da Educação, Fernando Haddad, durante a apresentação dos dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) referentes a 2009. Mas é preciso cautela antes de se comemorar. Na contramão das taxas nacionais, que alcançaram todas as médias previstas para o ano passado, 11 estados ficaram abaixo das metas estabelecidas para os anos iniciais (1ª a 4ª série) e finais (5ª a 8ª série) do ensino fundamental — 4,2 e 3,7, respectivamente. No ensino médio, o número foi ainda maior: 17 estados não atingiram o nível esperado para o ano passado (3,5). O objetivo é que, em 2022, todas as etapas tenham nota igual a 6 (numa escala de 0 a 10), média equivalente à dos países desenvolvidos.

Com metas bienais fixadas a partir de 2005, o Ideb leva em conta o aprendizado e a taxa de aprovação dos estudantes das redes pública e particular, de acordo com a Prova Brasil, Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e Censo Escolar. Distrito Federal, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina se revezam entre os cinco melhores índices das séries iniciais e finais do ensino fundamental, além do ensino médio. Na outra ponta da tabela, quem apresenta os piores desempenhos nessas etapas são Pará, Alagoas, Piauí, Amapá, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte (leia quadro).

No ano passado, o DF manteve a primeira posição na fase de 1ª a 4ª série e ainda conseguiu um aumento de 12% na nota, passando de 5 para 5,6 — mesmo índice atingido pelos mineiros, que cresceram 19%. Entre as turmas de 5ª a 8ª série, a capital federal ficou atrás apenas dos catarinenses e paulistas, com taxa de 4,4 — 10% a mais do que em 2007. E partiu da terceira para a segunda melhor nota do país. As boas notícias param por aí. O DF caiu do primeiro para o quarto lugar no ensino médio. Como se não bastasse, perdeu nota também. Saiu de 4,0 em 2007 para 3,8 em 2009. A distância para o último colocado, Piauí, é de apenas 0,8 ponto.

A explicação do secretário de Educação do DF, Marcelo Aguiar, é simples: sobraram investimentos no ensino fundamental e faltaram no ensino médio nos últimos anos. “Esses dados (do Ideb) têm que servir não só para análise do número frio, mas como uma bússola para dar o norte às ações do futuro. Olhando agora, vemos que serão necessários e urgentes grandes investimentos no ensino médio, além da continuidade de ações do ensino fundamental para mantermos o primeiro lugar”, avalia.

A diretora da Escola Classe 2 do Guará, Eliana Alves de Souza, defende que o primeiro passo é investir nas crianças para que elas consigam vencer os desafios. “Há todo um trabalho com material lúdico para que criança desenvolva o mais rápido possível a aprendizagem”, observa.

Esse cuidado foi recompensado em 2007, quando a escola alcançou bons resultados no Ideb, conquistou o segundo lugar na rede pública do Guará e ainda ganhou mais verbas do GDF, que serviram para compra de material pedagógico e reforma do espaço.

Serão necessários e urgentes grandes investimentos no ensino médio, além da continuidade de ações do ensino fundamental para mantermos o primeiro lugar”
Marcelo Aguiar, secretário de Educação do DF



Leia mais sobre educação no site www.correiobraziliense.com.br/euestudante


Desaceleração da aprendizagem

Segundo a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria Pilar, a articulação com estados e municípios foi fundamental para a alteração positiva nos índices do Ideb. Na avaliação do governo, isso ajudou a reforçar o corpo técnico das instituições de ensino que muitas vezes sentem as transformações quando há troca de gestores. “Com isso, as equipes técnicas ganham força e independem menos das mudanças”, afirma a secretária.

Além disso, a secretária atribui a melhoria dos índices à diminuição na reprovação e a melhoria do aprendizado nas séries iniciais. “Não podemos avaliar que tudo está à mil maravilhas, mas o Estado aponta uma melhora consistente”, diz ela. Maria Pilar também evita fazer comparações dos índices entre estados, alegando que as características regionais são distintas. “Como gestora não posso comparar o incomparável. Ou seja, é como comparar fotos de várias crianças de diversos países, que são diferentes”, ressalta a secretária. Segundo ela, o que há para analisar são as conjunturas estaduais.

Atribuir ao Ideb a confirmação ou não da qualidade de ensino é algo que deve ser visto com cuidado, na avaliação de Mozart Neves Ramos, presidente-executivo do movimento Todos pela Educação. Ele destaca que as diferenças de realidade podem ser percebidas de escola para escola e alerta que são observados índices muito díspares entre municípios e unidades da federação.

Mozart faz uma comparação com a Finlândia, onde as mesmas oportunidades educacionais são oferecidas a pequenas e grandes cidades. “No Brasil, temos uma fotografia transversal importante. Colocou-se a cultura de metas para incentivar os gestores públicos, mas, ao especificar o conceito de qualidade, deixamos de ver o mosaico como um todo”, pondera o especialista, ao lembrar que o Ideb reflete a não equidade das escolas e municípios. Para ele, devem ser analisados aspectos socioeconômicos e de investimento por aluno.

Minas Gerais e DF aparecem empatados com nota 5,6 nas séries iniciais do ensino fundamental. No entanto, o custo por aluno mineiro chega a ser duas vezes menor do que o do brasiliense. “Quando se analisa a questão socioeconômica e financeira, ou Minas faz muito com pouco ou o DF poderia fazer mais”, avalia Mozart. No que diz respeito a taxas, o representante do Todos pela Educação salienta que o esforço para alcançar o índice 6 é muito maior para quem está mais próximo dele.

“É muito mais simples passar de 4 para 4,4 do que de 5,6 para 6.” Quanto à queda de nota na capital do país entre alunos de ensino médio, Mozart explica que o fenômeno reflete uma forte desaceleração da aprendizagem das séries iniciais para o fim da educação básica, algo preocupante. O DF ficou 1 ponto aquém da meta nacional, que era de 4,6. “A criança tem uma escola de qualidade no começo e, à medida que vai progredindo, perde o ritmo. Você analisa o Piauí, com tantas dificuldades e escassez de professores. Não se justifica uma diferença somente de 0,8 entre o último colocado e o DF.” Para o especialista, é necessário rever a política local para o ensino médio, a gestão escolar e a proposta pedagógica desta etapa de formação.

sábado, 19 de junho de 2010

A morte nem sempre é o fim.



Morre, aos 87 anos, o escritor português José Saramago, Nobel de Literatura. A qualidade e o estilo do escritor português arrebanhou fãs em todo mundo. Vai deixar muitas saudades e, seguramente, será lembrado ao longo da história da literatura.
Compartilho uma entrevista concedida à Nova Escola em 2003. Ao deleite!!!

As ideias de Saramago põem em questão o papel da escola no desenvolvimento da criatividade. Ele provoca os educadores ao afirmar que para navegar sem regras é preciso ser um bom condutor, e este não se faz sem aprendê-las. Saramago não espera - e portanto não cobra - da escola a subversão da língua, e sim seu domínio.

O estilo de sua escrita muitas vezes subverte a estrutura da língua portuguesa, atitude raramente valorizada pelos professores quando manifestada pelos alunos. O senhor acredita que há pouca flexibilidade na forma de lecionar o português?
José Saramago A escola deveria ensinar a ouvir. Cabe a ela ensinar o aluno a escrever corretamente e também explicar por que as regras são assim, e não de outra maneira. Mas a escola não será o lugar onde se subverte e revoluciona a estrutura da língua. Essa tarefa pertence aos escritores, se estes consideram que têm motivos para o fazer.

A maneira como a língua é ensinada não influi no surgimento de novos estilos?
Saramago Os estilos saem do ovo da sua própria necessidade. Ensine-se a pensar claro e a escritura será clara. E, já agora, gostaria que houvesse uma luta implacável contra o erro de ortografia. A língua é uma ferramenta de comunicação de todas a mais perfeita , e as ferramentas (pergunte-se a um operário) têm de estar limpas e em condições de trabalhar eficazmente.

É difícil criar uma nova maneira de redigir quando existe toda uma norma culta que impõe regras a quem usa a língua?
Saramago Como eu disse, a escola não é o lugar em que se subverte a estrutura da língua porque ela não tem preparação própria suficiente para se arriscar nessa aventura. As regras são como os sinais de trânsito numa estrada. Estão ali para orientar e dar segurança ao condutor. Claro que é possível viajar por uma rodovia onde não haja sinais de trânsito, mas para isso é indispensável ser um bom condutor. Aí está a diferença.

Nas suas memórias de estudante, o que mais influenciou a sua carreira?
Saramago Nada me influenciou verdadeiramente, nem ninguém. Salvo a seleta escolar (a coletânea de textos literários que havia à disposição dos alunos), que para mim fez as vezes da biblioteca que não existia na minha casa. Depois descobri o caminho das bibliotecas públicas, e foi aí, sem que eu pudesse sequer imaginá-lo, que o escritor começou a nascer.

No início de sua carreira, a crítica literária muitas vezes foi negativa ao analisar suas obras, mas isso não o impediu de continuar...
Saramago Uma ou outra crítica reticente ou negativa que algum dia me tenha sido feita não mereceria que lhe pusessem ao pescoço um cartaz tão terrível. Salvo, evidentemente, se se trata de opiniões que não chegaram ao meu conhecimento. De qualquer modo, nem a crítica mais destrutiva me faria desviar do meu caminho.

O prazer que crianças e adolescentes sentem ao escrever corre o risco de ser minado por críticas negativas recebidas durante as aulas. Como seria a maneira mais adequada de analisar as redações dos alunos?
Saramago Penso que a análise deveria ser não de julgamento, mas orientadora. O mais fácil de tudo é dizer "isto está bem" ou "isto está mal". Os problemas começam quando se quer explicar o porquê e se chega à conclusão de que afinal o que determinou o juízo, positivo ou negativo, foi simplesmente o gosto pessoal e intransmissível do mestre.

De que maneira um professor de Língua Portuguesa incentiva e ajuda seus alunos a compor boas redações?
Saramago Pondo-os para ler em voz alta. Não há maneira melhor de ganhar consciência do que se lê, e, portanto, do que se poderá vir a escrever. O que os signos impressos mostram é o desenho da palavra "embalsamada". Só a leitura em voz alta a "ressuscita" completamente. Os docentes dirão que não há tempo para isso, mas depois não terão outro remédio que corrigir erros que poderiam ter sido evitados. Se é que verdadeiramente os corrigem. Porque corrigir não é traçar um risco vermelho debaixo da palavra. Corrigir é reconstruir a palavra na mente do aluno.

Como se dá o processo de criação de seus livros?
Saramago É quase impossível lhe dar essa resposta. Pode-se recordar como nasceu a idéia de um romance, pode-se reconstituir mais ou menos o que no seu percurso foi consciente, mas, tal como sucede com os icebergs, o mais importante não se vê. O que sustenta o visível está por baixo. Sabe-se aonde se quer chegar, mas, exceto alguns pontos de passagem, não conhecemos o itinerário. Como escreveu Antonio Machado, o grande poeta espanhol, é o andar que faz o caminho.

O senhor não planeja a obra que está iniciando?
Saramago No meu caso particular, o romance cresce como cresce uma árvore. Suponha que a árvore conhece a altura que terá, o aspecto geral da espécie a que pertence, mas sabe (imagino que sabe) que não será igual à sua vizinha. Os ramos podem nascer-lhe mais acima ou mais abaixo, apontar para um lado ou para outro. Se tem um plano de crescimento, é possível dizer que nesse plano há tanto de liberdade como de necessidade. Para mim, seria impensável estabelecer um plano rígido para o livro, com cada coisa no seu lugar e um lugar para cada coisa. As associações de idéias, processo mental que não controlamos, podem levar-nos por caminhos que não havíamos previsto. Também na escrita a liberdade vai de braço dado com a necessidade.

Depois de finalizar um romance, o senhor costuma modificar o que inicialmente escreveu, aumentar ou diminuir capítulos, inserir novos trechos?
Saramago Volto à comparação com a árvore. Podemos conceber uma árvore capaz de corrigir-se a si mesma? Não ignoro que há autores que trabalham longamente sobre o texto, que desenvolvem, encurtam, intercalam. Não é o meu caso. Avanço devagar, com a preocupação de não deixar pontas soltas, e isso permite-me manter sempre "esticado" o fio narrativo. De todo o modo, não devemos esquecer que o texto é inseparável do momento em que é escrito. Há muito de aleatório no que se escreve.

O que significa escrever para o senhor?
Saramago É ir descobrindo que tínhamos na cabeça mais coisas do que havíamos suposto antes.

Como o senhor escolhe os temas de seus romances?
Saramago Não "escolho" os assuntos dos meus romances. São eles que se apresentam de súbito, e às vezes nas situações mais prosaicas. O autor é "escolhido" pelo assunto, não o contrário. Quando parar de redigir, isso significará que os temas deixaram de considerar-me capaz de lidar com eles. Quanto à circunstância de que eles sejam o que são e não outros, isso explicar-se-á, talvez, por determinados estímulos exteriores encontrarem eco na minha mente mais facilmente que outros.

Há temas que o escolhem, então, com mais freqüência?
Saramago Há que levar em conta a natureza pessoal do autor. Não tenho nada contra a alegria, mas sou e sempre fui melancólico. E tenho a veleidade de pensar que o ser humano cresce mais com a tristeza que com a alegria. Começando pelas crianças. Se uma criança está triste, melancólica, pensativa, deixemo-la em paz porque está a crescer.( Fonte: Nova Escola)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A escola emburrece???


Certo dia ouvi isso e, na ocasião, fui firme em dizer que não. Sempre acreditei que a escola é lugar de (trans)formação, um polo irradiador de informações e cultura. De fato, em alguns lugares, a escola assume esse papel e o cumpre. Entretanto, há controvérsias em relação a qualidade do que é difundido.Lembro-me de uma escola rural em que trabalhei e as expectativas eram grandes em relação aos acontecimentos sociais, pois naquela localidade a escola ia muito além do conhecimento formal.Mas, retomando a questão " a escola emburrece?", hoje, penso que em certa medida sim, nos emburrece. A realidade numa escola é bem mais dinâmica do que pode supor aqueles que nos dirigem. Não é de todo condenável os planos e programas em todos os níveis para o progresso do sistema e da qualidade educacional, mas nem sempre eles permitem um real avanço na aprendizagem. Parabenizo a todos aqueles que conseguem fazer a diferença em meio as dificuldades do cotiano escolar, pois, seguramente, eles abdicaram de muitas horas de lazer em prol do trabalho pedagógico. As políticas públicas, em que se pese os avanços, ainda são muito insipientes para transformar a realidade que temos; professores e alunos desmotivados (sou adepta de Roberto Freire " Sem tesão não há solução"). Acho que a cada dia perdemos um pouco mais desse furor inicial e parte disso deve-se aos equívocos das políticas públicas para a educação. Temos 1001 motivos para estarmos desmotivados e doentes, entretanto, devemos nos apegar ao que importa de fato...o sorriso de agradecimento daquele que aprendeu conosco, é aí que devemos renovar a nossa esperança, pois, apesar de estar como está a educação ainda é o maior, senão o único, instrumento de transformação social.
Assim, é importante que façamos a nossa parte da melhor maneira possível. Até mais.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Notícias!!!


O conhecimento é o processo de acumular dados; a sabedoria reside na sua simplificação. (Martin H. Fischer)
Resolvi simplificar e estou de volta. Gosto muito deste espaço e faz muito tempo que não apareço por aqui fiquei sumida em função de atividades laborais intensas (rs). É a pura verdade! Hoje sinto-me mais leve, que delícia!!! Estou iniciando ou melhor retomando um trabalho que eu deixei paralizado enquanto experimentava outros ares e lugares. Estive enveredada com outros projetos e deixei-me ( a mim e as minhas "coisas")quase que abandonada, senti-me perdida e então lembrei-me de Clarice Lispector ...Perder-se também é caminho. Estou no caminho, no bom caminho.










terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A hora da Estrela - Exposição Clarice Lispector



Fonte: Internet Foto:http://pontolacaniano.wordpress.com





A grande dica é visitar a exposição " CLARICE LISPECTOR - A HORA DA ESTRELA", curadoria de Júlia Peregrino e Ferreira Gullar, cenografia da cineasta Daniela Thomas.
Quem ainda não foi, vá. A exposição está IMPERDÍVEL, pois nos dá uma pequena parte do universo clariciano por meio de manuscritos, bilhetes, fotos, cartas, documentos pessoais, entre outros. Trata-se de raro prazer para os fãs.
O programa é free, o local é excelente (CCBB) e ficará por lá até o mês de março.
As sensações despertadas são indescritíveis, Clarice Lispector é assim, nos provoca intimamente. Simplesmente adorei.