sábado, 3 de janeiro de 2009

Revolta das Palavras Com a Nova Reforma Ortográfica

Chegou a reforma da ortografia ...
Para facilitar a Gramática ...
Tirando toda a agonia ...
De uma forma lunática !

Mas esta reforma sem volta ...
Gerou confusão e revolta ...
No mundo das letras encantadas ...
Que ficaram muito assustadas !

Para resolverem um problema ...
Mataram o inofensivo trema !
Só porque ele virava um bicho chocante ...
Para muitos preguiçosos estudantes !

Assim com a força de um poema ...
Surgiu o movimento dos sem trema :
Lingüiça , cinqüenta , freqüência ,
Argüição , pingüim e eloqüência !

Nos ônibus dos ditongos ,
Que não são nada mongos ,
Tiraram todos os assentos ...
Sem penas e sem sentimentos !

Hífens foram retirados de palavras puras ...
Com brigas cruéis e muito duras !

Os hiatos “oo” e “ee “ perderam os chapéus ,
Que foram para o Reino do Beleléu !
Para serem vendidos em algum brechó ...
Toda esta situação é de dar dó !

Hífens foram retirados de palavras puras ...
Com discussões cruéis e muito duras !

Chegou a reforma da ortografia ...
Para facilitar a Gramática ...
Tirando toda a agonia ...
De uma forma lunática .

Autora: Luciana do Rocio Mallon

Já entrou em vigor a nova reforma ortográfica da Língua Portuguesa


Desde o primeiro dia deste mês de janeiro está em vigor a nova reforma ortográfica da Língua Portuguesa, sendo válida para os oito países que falam o idioma português no mundo: Portugal, Brasil, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, São Tome e Príncipe, Cabo Verde e Timor Leste. O objetivo principal da alteração ortográfica é unificar as diferentes grafias, porém permanece a pronúncia própria de cada país.Aqui no Brasil as principais mudanças serão a eliminação de alguns acentos, do trema (aqueles “pinguinhos” na letra u), e a adoção de novas regras para o hífen. Até o mês de dezembro de 2012 será permitido o uso tanto da antiga ortografia quanto a que entrou em vigor.Confira abaixo as principais mudanças ortográficas em detalhes:AS LETRAS K, W, YA incorporação das letras k, w e y: serão utilizadas para escrever símbolos de unidades de medida – como km (quilômetro), kg (quilograma), w (watt) – e em palavras e nomes estrangeiros e seus derivados como weberiano, darwinismo, playboy, kung fu, orkut, Kafka e William.ACENTUAÇÃO:O acento circunflexo usado nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler, ver e derivados: não será mais utilizado. Ex.: crêem (creem), dêem (deem), lêem (leem). Palavras terminadas em hiato oo também perdem acento: enjôo, vôo e magôo para enjoo, voo e magoo. No entanto, permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter, vir e derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir, etc). Ex.: ele tem quatro carros/eles têm quatro carros; ele vem de Cuiabá/eles vêm de Cuiabá.O acento agudo nos ditongos abertos: não será mais utilizado. Ex.: ei e oi de paroxítonas – que tem acento tônico na penúltima sílaba –, palavras como assembléia, geléia e jibóia perdem o acento agudo. As oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis continuam a ser acentuadas: papéis, herói(s), troféu(s) e chapéu(s).Formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com u tônico precedido de g ou q e seguido de e ou i: perdem o acento agudo. Verbos como averigúe (averigue), apazigúe (apazigue) e argúem (arguem).O uso do trema: a partir de agora deixa de ser utilizado, a não ser em nomes derivados e próprios. As palavras deixam de ter trema, mas a pronúncia continua como antes. Ex.: de lingüiça para linguiça. Em palavras estrangeiras, o acento continua a ser usado. Ex.: Müller.Palavras paroxítonas com i e u tônicos: perdem o acento quando vierem depois de ditongo. Ex.: feiúra, baiúca, bocaiúva. No entanto, o acento permanece se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem no final, seguidos ou não de s. Exemplos são Piauí, tuiuiú, tuiuiús.Os acentos agudo e circunflexo: não serão mais usados para diferenciar as seguintes palavras: pára (flexão do verbo parar) de para (preposição); péla (flexão do verbo pelar) de pela (combinação da preposição com o artigo); pólo (substantivo) de polo (combinação antiga e popular de 'por' e 'lo'); pélo (flexão do verbo pelar), pêlo (substantivo) e pelo (combinação da preposição com o artigo; pêra (substantivo - fruta), péra (substantivo arcaico - pedra) e pera (preposição arcaica).O acento circunflexo permanece para diferenciar: pôde (passado do verbo poder) de pode (presente do verbo poder); pôr (verbo) de por (preposição). Já o uso do circunflexo para diferenciar as palavras forma (formato) e fôrma (de fazer bolo) é facultativo.Há variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Ex.: verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem. No verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.Se os verbos forem pronunciados com u tônico: essas formas deixam de ser acentuadas. Ex.: verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam, enxague, enxagues, enxaguem. Verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem, delinqua, delinquas, delinquam. Obs: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, com a e i tônicos.USO DO HÍFEN:Depois de prefixo: quando a segunda palavra começar com s ou r, as consoantes devem ser duplicadas. Ex.: antirreligioso, antissemita, contrarregra. No entanto, o hífen será mantido quando os prefixos terminarem com r, como hiper-, inter- e super-. Ex.: hiper-requintado, inter-resistente, super-revistaNão usa-se o hífen: quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar com uma vogal diferente. Exemplos: extraescolar, aeroespacial, autoestrada.Sempre usa-se o hífen diante de h. Ex.: anti-higiênico, super-homem.Prefixo terminado em vogal: não usa-se hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo; sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo; não usa-se também diante de r e s, e dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom; usa-se hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.Prefixo terminado em consoante: usa-se o hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário; não usa-se hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico; não usa-se também diante de vogal: interestadual, superinteressante.Com o prefixo sub: usa-se o hífen diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano. O prefixo co une-se em geral com a segunda palavra, mesmo quando esta se inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar.Com o prefixo vice: usa-se sempre o hífen: vice-presidente, vice-rei, vice-almirante. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Ex: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró: sempre usa-se o hífen. Ex.: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.

Publicado por: GuiaSJP.com - Jornalista Antonio Bobrowec 02/01/2009