quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Traduzir-se( Ferreira Gullart)
Puro deleite!
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
I Seminário de Políticas de incentivo à leitura no Brasil
Frente parlamentar promove seminário para discutir incentivo à leituraAgência Câmara 24.10.2008 10h53
A Frente Parlamentar Mista da Leitura vai promover um seminário para discutir a criação do Fundo Pró-Leitura, considerada a principal meta do grupo pelo seu presidente, deputado Marcelo Almeida (PMDB-PR). O I Seminário de Políticas de Incentivo à Leitura no Brasil, marcado para o dia 29 de outubro, na Câmara, pretende reunir parlamentares e intelectuais para debaterem a formatação desse novo incentivo à leitura no País. A estimativa do deputado é que o fundo - a ser formado por 1% do faturamento anual do setor editorial brasileiro - gere cerca de R$ 46 milhões por ano para financiar as ações previstas no Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL). O Fundo Pró-Leitura é a contrapartida do setor livreiro à desoneração de PIS/Cofins sobre o livro, assinada em dezembro de 2004, mas que até agora não foi estruturado. Sua implementação, explicou o deputado, depende de uma mensagem do Executivo para a Câmara e o Senado aprovarem e, em seguida, ser sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Regionalização Além do fundo, o deputado Marcelo Almeida cita a proposta de regionalizar o Plano Nacional do Livro e Leitura entre as metas da frente parlamentar. O objetivo é que todos os estados tenham seus próprios projetos, programas, atividades e eventos na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas. "A idéia é que cada região possa analisar seus costumes em planos específicos", disse Almeida. A frente também vai pressionar pela recriação da Secretaria Nacional do Livro, que foi extinta em 2003, deixando o mercado editorial brasileiro sem um órgão específico no poder público para endereçar suas demandas. "O Brasil precisa democratizar o acesso ao livro, pois o nível de leitura aqui é muito baixo. As pesquisas demonstram que uma pessoa lê 4,3 livros por ano, mas se forem excluídos os livros didáticos, esse índice cai para 1,7", disse Almeida. Na Colômbia, as pessoas lêem em média 2,4 livros por ano, enquanto nos Estados Unidos e na França, essa quantidade sobre para cinco e sete respectivamente. Segundo o deputado, a Frente Parlamentar Mista da Leitura também vai trabalhar para que deputados e senadores apresentem emendas ao Orçamento da União de 2009 destinando recursos para projetos de estímulo à leitura em todo o País. Confira a programação do I Seminário de Políticas de Incentivo à Leitura no Brasil.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Orientação Sexual: um desafio da Escola
Reportagem on-line
Data: 14 de Outubro de 2008
Maria Helena Vilela*
http://revistaescola.abril.com.br/online/reportagem/orientacao-sexual-desafio-escola-391163.shtml
Se as paredes da sala dos professores tivessem ouvidos, escutariam conversas sobre o cotidiano das salas de aula, divagações e confissões importantes que vem do íntimo e da história de cada um. É neste espaço que os professores se reúnem e, que entre um cafezinho ou um ajuste no conteúdo da próxima aula compartilham assuntos de dentro e de fora da escola. Quantas vezes um professor já não participou de conversas sobre crianças que baixaram a calcinha/cueca ou sobre aquele aluno difícil que fica o tempo todo com a mão nos genitais durante a aula? E aqueles casos de namoro? Do aluno homossexual? E da conversa das meninas que querem ficar?Isto tudo sem contar os casos mais graves como o da gravidez, daquela excelente aluna, ou da transa sem camisinha, pior, sem o medo de pegar uma DST ou até mesmo Aids. Casos comuns na grande maioria das escolas e nem tão novos, mas as dúvidas sobre no que acreditar e como agir para ajudar os alunos, ainda continua sem respostas para a maioria dos professores. O nó que as escolas precisam desatarSexualidade se trata de um tema permeado por tabus e preconceitos, regido por valores culturais e de ordem pessoal, sobre o qual poucos professores adquiriram o hábito e a naturalidade para conversar a respeito. E isto é natural. Conversar sobre sexualidade é um fato recente, e a nossa cultura, até pouco tempo cultivava uma postura de negação da sexualidade, com uma educação que induzia a vergonha, a culpa e a ignorância.Muitos de nós passamos por experiências que quando não éramos punidos, ou no mínimo ficávamos sem resposta. Ouvi mulheres que ao menstruar, não sabiam o que estava acontecendo com seu corpo; professores que sofreram com os tabus da masturbação, sem contar a solidão e a culpa das descobertas sexuais. Sexo era uma conversa proibida! E por isso, mesmo entendendo a importância de se falar sobre sexo com seus alunos, muitos professores ainda encontram dificuldades.
Debata este texto com a autoraVeja como anda a discussãoLeia os artigos anteriores
Mas, o desafio da escola não termina ai. A Orientação Sexual se caracteriza por uma intervenção na educação sexual das pessoas para gerar novas respostas. Não basta o professor falar sobre sexualidade. É necessário alterar a sua cultura sexual e prepará-lo para, identificar as necessidades dos alunos, fazer o diagnóstico da situação, definir os objetivos, identificar os resultados esperados e traçar uma estratégia de intervenção. Para isso, é necessário desenvolver no professor o papel de orientador sexual, mas, não apenas daqueles interessados, e sim de todos os professores indiscriminadamente. Como tema transversal, a orientação sexual exige uma política de integração entre as áreas e a participação de toda comunidade escolar no processo de aprendizagem dos alunos. A Orientação Sexual na escola A Orientação Sexual vem sendo desenvolvida em vários lugares, mas é a Escola um dos locais mais apropriados para se realizar este tipo de trabalho, por ter uma estrutura adequada para proporcionar o aprendizado formal e por ser o lugar freqüentado por um grande número de crianças e jovens, continuamente, durante várias horas do seu dia e por um longo período de sua vida. A escola é a principal fonte de aprendizado de convivência em sociedade, e tem toda condição para transmitir e confirmar valores e condutas que podem contribuir para a melhoria da saúde e da qualidade de vida dos alunos.A orientação sexual é uma intervenção no processo educacional de caráter preventivo, intencional e, em geral, sistemático. Ela é uma ação que para poder ser exercida é necessário que os professores saibam o que estão fazendo e, principalmente para quê. Se a resposta promover o desenvolvimento de comportamentos compatíveis com as capacidades que se espera do aluno, vá em frente!A orientação sexual deve promover ao aluno, uma outra forma de se lidar com um mesmo fato, preenchendo lacunas nas informações que as crianças e os adolescentes têm para encontrar respostas para suas curiosidades e dúvidas; e para fazer escolhas assertivas para sua vida. Para tanto, a orientação sexual na escola é proposta em três modalidades: Orientação Sexual como tema transversal programado, extra-programação e como um tema específico/disciplina. A Orientação Sexual como tema transversal programado: a concepção, objetivos e conteúdos encontram-se inseridos e contemplados pelas diversas áreas do conhecimento. Cada área trata a temática da sexualidade por meio da sua proposta de trabalho. Com por exemplo, o objetivo é a prevenção de gravidez e DST/Aids - se relaciona os temas pertinentes e articula, por séries e disciplinas, os conteúdos que cada uma pode contribuir. Orientação Sexual não programada: o professor se depara com questões e/ou situações ligadas a sexualidade que estão presentes no dia a dia do colégio. Um exemplo característico - uma criança que toca seus genitais, de forma persistente, em plena sala de aula. O professor precisa ter flexibilidade e conhecimento para trabalhar esta situação no momento em que acontece e aproveitar para fazer a adequação social do comportamento sexual, ensinando as crianças o conceito de público e privado com as partes do corpo. Orientação Sexual como tema específico ou uma disciplina é aquela que ocorre de forma sistematizada, com uma programação própria, metodologia participativa e um espaço específico dentro ou fora da grade curricular, de acordo com as condições de cada escola. Esta modalidade é sugerida pelos PCN para ser utilizada com os jovens a partir da 5a série. Nesta faixa etária, os alunos têm um interesse e uma maturidade cognitiva capaz de lidar e conversar sobre dúvidas e questões em sexualidade durante um momento específico com um determinado professor, para este fim.Assim, ao escolher qualquer uma das formas de orientação sexual, a escola, a está inserindo no na visão e projeto educativo. Isso implica uma definição clara dos princípios que deverão nortear o trabalho de orientação sexual e sua explicitação para toda comunidade escolar. Os princípios determinarão desde a postura que o professor deve ter em relação as questões e manifestações da sexualidade na escola, até a escolha de conteúdos a serem trabalhados com os alunos. Experimente! Você pode ter uma agradável surpresa!
* obstreta diretora do Instituto Kaplan, organização não-governamental especializada em formação de professores na área de Orientação Sexual
Data: 14 de Outubro de 2008
Maria Helena Vilela*
http://revistaescola.abril.com.br/online/reportagem/orientacao-sexual-desafio-escola-391163.shtml
Se as paredes da sala dos professores tivessem ouvidos, escutariam conversas sobre o cotidiano das salas de aula, divagações e confissões importantes que vem do íntimo e da história de cada um. É neste espaço que os professores se reúnem e, que entre um cafezinho ou um ajuste no conteúdo da próxima aula compartilham assuntos de dentro e de fora da escola. Quantas vezes um professor já não participou de conversas sobre crianças que baixaram a calcinha/cueca ou sobre aquele aluno difícil que fica o tempo todo com a mão nos genitais durante a aula? E aqueles casos de namoro? Do aluno homossexual? E da conversa das meninas que querem ficar?Isto tudo sem contar os casos mais graves como o da gravidez, daquela excelente aluna, ou da transa sem camisinha, pior, sem o medo de pegar uma DST ou até mesmo Aids. Casos comuns na grande maioria das escolas e nem tão novos, mas as dúvidas sobre no que acreditar e como agir para ajudar os alunos, ainda continua sem respostas para a maioria dos professores. O nó que as escolas precisam desatarSexualidade se trata de um tema permeado por tabus e preconceitos, regido por valores culturais e de ordem pessoal, sobre o qual poucos professores adquiriram o hábito e a naturalidade para conversar a respeito. E isto é natural. Conversar sobre sexualidade é um fato recente, e a nossa cultura, até pouco tempo cultivava uma postura de negação da sexualidade, com uma educação que induzia a vergonha, a culpa e a ignorância.Muitos de nós passamos por experiências que quando não éramos punidos, ou no mínimo ficávamos sem resposta. Ouvi mulheres que ao menstruar, não sabiam o que estava acontecendo com seu corpo; professores que sofreram com os tabus da masturbação, sem contar a solidão e a culpa das descobertas sexuais. Sexo era uma conversa proibida! E por isso, mesmo entendendo a importância de se falar sobre sexo com seus alunos, muitos professores ainda encontram dificuldades.
Debata este texto com a autoraVeja como anda a discussãoLeia os artigos anteriores
Mas, o desafio da escola não termina ai. A Orientação Sexual se caracteriza por uma intervenção na educação sexual das pessoas para gerar novas respostas. Não basta o professor falar sobre sexualidade. É necessário alterar a sua cultura sexual e prepará-lo para, identificar as necessidades dos alunos, fazer o diagnóstico da situação, definir os objetivos, identificar os resultados esperados e traçar uma estratégia de intervenção. Para isso, é necessário desenvolver no professor o papel de orientador sexual, mas, não apenas daqueles interessados, e sim de todos os professores indiscriminadamente. Como tema transversal, a orientação sexual exige uma política de integração entre as áreas e a participação de toda comunidade escolar no processo de aprendizagem dos alunos. A Orientação Sexual na escola A Orientação Sexual vem sendo desenvolvida em vários lugares, mas é a Escola um dos locais mais apropriados para se realizar este tipo de trabalho, por ter uma estrutura adequada para proporcionar o aprendizado formal e por ser o lugar freqüentado por um grande número de crianças e jovens, continuamente, durante várias horas do seu dia e por um longo período de sua vida. A escola é a principal fonte de aprendizado de convivência em sociedade, e tem toda condição para transmitir e confirmar valores e condutas que podem contribuir para a melhoria da saúde e da qualidade de vida dos alunos.A orientação sexual é uma intervenção no processo educacional de caráter preventivo, intencional e, em geral, sistemático. Ela é uma ação que para poder ser exercida é necessário que os professores saibam o que estão fazendo e, principalmente para quê. Se a resposta promover o desenvolvimento de comportamentos compatíveis com as capacidades que se espera do aluno, vá em frente!A orientação sexual deve promover ao aluno, uma outra forma de se lidar com um mesmo fato, preenchendo lacunas nas informações que as crianças e os adolescentes têm para encontrar respostas para suas curiosidades e dúvidas; e para fazer escolhas assertivas para sua vida. Para tanto, a orientação sexual na escola é proposta em três modalidades: Orientação Sexual como tema transversal programado, extra-programação e como um tema específico/disciplina. A Orientação Sexual como tema transversal programado: a concepção, objetivos e conteúdos encontram-se inseridos e contemplados pelas diversas áreas do conhecimento. Cada área trata a temática da sexualidade por meio da sua proposta de trabalho. Com por exemplo, o objetivo é a prevenção de gravidez e DST/Aids - se relaciona os temas pertinentes e articula, por séries e disciplinas, os conteúdos que cada uma pode contribuir. Orientação Sexual não programada: o professor se depara com questões e/ou situações ligadas a sexualidade que estão presentes no dia a dia do colégio. Um exemplo característico - uma criança que toca seus genitais, de forma persistente, em plena sala de aula. O professor precisa ter flexibilidade e conhecimento para trabalhar esta situação no momento em que acontece e aproveitar para fazer a adequação social do comportamento sexual, ensinando as crianças o conceito de público e privado com as partes do corpo. Orientação Sexual como tema específico ou uma disciplina é aquela que ocorre de forma sistematizada, com uma programação própria, metodologia participativa e um espaço específico dentro ou fora da grade curricular, de acordo com as condições de cada escola. Esta modalidade é sugerida pelos PCN para ser utilizada com os jovens a partir da 5a série. Nesta faixa etária, os alunos têm um interesse e uma maturidade cognitiva capaz de lidar e conversar sobre dúvidas e questões em sexualidade durante um momento específico com um determinado professor, para este fim.Assim, ao escolher qualquer uma das formas de orientação sexual, a escola, a está inserindo no na visão e projeto educativo. Isso implica uma definição clara dos princípios que deverão nortear o trabalho de orientação sexual e sua explicitação para toda comunidade escolar. Os princípios determinarão desde a postura que o professor deve ter em relação as questões e manifestações da sexualidade na escola, até a escolha de conteúdos a serem trabalhados com os alunos. Experimente! Você pode ter uma agradável surpresa!
* obstreta diretora do Instituto Kaplan, organização não-governamental especializada em formação de professores na área de Orientação Sexual
A importância dos pais na formação de leitores
Fonte site: http://www.stellabortoni.com/ em 20/10/2008
Neste post é enfatizada a importância da participação dos pais na formação dos hábitos de leitura de seus filhos. Um ponto relevante é o exemplo que os pais dão , bem como a disponibilidade de material para leitura em casa. Estamos de pleno acordo com essas recomendações, mas é importante não perdermos de vista o fato de que a maioria das famílias brasileiras não tem condições de ajudar os filhos a se tornarem leitores, considerando que quase 2/3 dos adultos no Brasil são analfabetos funcionais - http://www.ipm.org.br/). Diante disso, aumenta muito a responsabilidade da escola nesse processo.
Educação / Correio Braziliense (6/10/2008)Hábito que se inicia em casa
Especialistas ressaltam a importância dos pais na formação do gosto pela leitura.
Contato com os livros pode começar antes da alfabetização
Mirella Marques Do Diario de Pernambuco
-->
Breno Fortes/CB/D.A Press
Incentivada pelos pais, Juliana já é, aos 4 anos, uma freqüentadora assídua dos sebos e livrarias: adoração pela história de A Bela adormecida-->
Juliana Manuella Sampaio adora livrarias e sebos. Acompanhada dos pais, Rodrigo e Heidi, a pequena de 4 anos reconhece nas prateleiras os títulos preferidos. “A bela adormecida é o que eu mais gosto”, aponta. Embora não saiba ler ainda, Juliana já consegue reconhecer algumas letras e formar palavras, como o próprio nome. Leitores freqüentes, os pais da menina incentivam a leitura. “Já estamos numa fase em que nem é preciso estimular, pois ela gosta muito de ouvir histórias. Pede sempre para a gente ler. Quando estamos cansados, é ela que pega o livro e começa a contar a história para a gente, até porque já decorou todas”, diz Rodrigo. O fato de o casal ter o hábito da leitura, na avaliação dele, ajuda a filha a gostar de ler. Prova disso é a alegria da garota dentro de um sebo na Asa Norte. “Quero este”, avisa ao pai, apontando para mais uma versão de A bela adormecida. Rodrigo e Heidi são um exemplo a ser seguido, segundo os especialistas. Educadores estão convencidos de que os pequenos leitores são apenas um reflexo de pais que costumam ler em casa. E, mesmo fazendo parte da geração internet, essas crianças conseguem cultivar o gosto pelo bom e velho livro. Hábito dos mais importantes. Quem lê com freqüência amplia o vocabulário, escreve e fala bem. E desenvolve uma boa capacidade de interpretação, que vai influenciar de forma positiva em todas as atividades escolares e, futuramente, profissionais. No país, existem apenas 26 milhões de leitores ativos, de acordo com a Câmara Brasileira do Livro (CBL). Essa turma lê pelo menos quatro livros por ano. E é minoria. Representa, de forma precisa, 16% da população, que detém 73% dos livros do país. Só um terço dos adultos brasileiros aprecia a leitura. E grande parte dos livros comprados são didáticos. Ou seja, obrigatórios. Da população adulta alfabetizada do país, 61% têm muito pouco ou nenhum contato com livros e 47% possuem, no máximo, 10 livros em casa. “Precisamos reverter esses números. Isso só será possível se soubermos criar o hábito da leitura entre as crianças. Ela deve ser informativa, através de jornais e revistas, ou por pura diversão, com a promoção de rodas de poesias ou contação de histórias”, diz a pedagoga Giselle Silva, especialista em educação infantil e ensino fundamental. Internet A internet revolucionou a forma de obtenção do conhecimento. Para grande parte da garotada, no entanto, ela pode se resumir aos populares sites de relacionamento. E daí, no mundo infinito e prático da grande rede, muitos jovens acabam abandonando o hábito de ler por prazer. “O desenvolvimento da leitura ainda é missão dos livros. Na internet, com os textos curtos, a expansão de vocabulário é pequena”, acredita o escritor pernambucano Raimundo Carrero, que costuma percorrer o estado realizando oficinas literárias para estimular o hábito da leitura em crianças e adolescentes. Tarefa difícil, mas não impossível. Basta incentivo de pais e educadores. “Quem nasceu em uma família de leitores, independentemente do poder aquisitivo dessa família, tem muita chance de se tornar um grande apreciador dos livros”, diz William Nacked, conselheiro do Instituto Brasil Leitor. De acordo com uma pesquisa realizada pela instituição, a mãe é indicada por 41% dos leitores como uma das duas pessoas que mais influenciaram no gosto pelos livros. Os professores foram citados por 36% dos entrevistados, seguidos do pai, citado por 24% dos participantes do estudo. É o caso da estudante Ana Cecília Carvalho, 13 anos. Desde pequena, ela convive com revistas, jornais e livros em casa. O pai, advogado, é o seu maior incentivador. “Ele lê muito. E isso acabou me influenciando a gostar de ler também”, conta. Desde os 6 anos, idade em que foi alfabetizada, Cecília já leu cerca de 100 livros. O preferido é Capitães de areia, de Jorge Amado. Assim como outros adolescentes, ela também gosta e usa a internet, mas a maior parte do tempo livre é destinado aos livros. COMO AGIR
Mantenha sempre livros, revistas ou jornais em casa. De preferência, sempre ao alcance dos pequenos leitores
Dê o exemplo. Os adultos que lêem incentivam as crianças e adolescentes a fazerem o mesmo
Ao ler o livro, demonstre as emoções que sente. Ria, faça comentários baixinho como se estivesse falando sozinho. Isso aguçará a curiosidade dos futuros leitores
Já pensou em implantar uma biblioteca familiar? Família que lê unida permanece unida
Em casa ou na escola, promova ou sugira rodas de contos literários
Quem disse que a leitura só começa após a alfabetização? Fazendo dramatizações e contando histórias, é possível atrair as crianças desde cedo para os livros
Que tal trocar a boneca ou o jogo eletrônico por um livro? O presente ganha importância ainda maior quando dado em datas especiais, como Natal e aniversário
Para furar o cerco à internet, incentive a relação afetiva da criança com o livro. Deixe-a manuseá-lo, levá-lo para o quarto, para a sala. A relação com a leitura precisa ser tátil, afetiva e espiritual
Incentive a leitura no dia-a-dia dos menores. Das placas na rua ao livro obrigatório da escola
Converse sobre os gostos literários dos seus filhos. Falar sobre o assunto pode torná-lo ainda mais estimulante Fonte: Instituto Brasil Leitor
Neste post é enfatizada a importância da participação dos pais na formação dos hábitos de leitura de seus filhos. Um ponto relevante é o exemplo que os pais dão , bem como a disponibilidade de material para leitura em casa. Estamos de pleno acordo com essas recomendações, mas é importante não perdermos de vista o fato de que a maioria das famílias brasileiras não tem condições de ajudar os filhos a se tornarem leitores, considerando que quase 2/3 dos adultos no Brasil são analfabetos funcionais - http://www.ipm.org.br/). Diante disso, aumenta muito a responsabilidade da escola nesse processo.
Educação / Correio Braziliense (6/10/2008)Hábito que se inicia em casa
Especialistas ressaltam a importância dos pais na formação do gosto pela leitura.
Contato com os livros pode começar antes da alfabetização
Mirella Marques Do Diario de Pernambuco
-->
Breno Fortes/CB/D.A Press
Incentivada pelos pais, Juliana já é, aos 4 anos, uma freqüentadora assídua dos sebos e livrarias: adoração pela história de A Bela adormecida-->
Juliana Manuella Sampaio adora livrarias e sebos. Acompanhada dos pais, Rodrigo e Heidi, a pequena de 4 anos reconhece nas prateleiras os títulos preferidos. “A bela adormecida é o que eu mais gosto”, aponta. Embora não saiba ler ainda, Juliana já consegue reconhecer algumas letras e formar palavras, como o próprio nome. Leitores freqüentes, os pais da menina incentivam a leitura. “Já estamos numa fase em que nem é preciso estimular, pois ela gosta muito de ouvir histórias. Pede sempre para a gente ler. Quando estamos cansados, é ela que pega o livro e começa a contar a história para a gente, até porque já decorou todas”, diz Rodrigo. O fato de o casal ter o hábito da leitura, na avaliação dele, ajuda a filha a gostar de ler. Prova disso é a alegria da garota dentro de um sebo na Asa Norte. “Quero este”, avisa ao pai, apontando para mais uma versão de A bela adormecida. Rodrigo e Heidi são um exemplo a ser seguido, segundo os especialistas. Educadores estão convencidos de que os pequenos leitores são apenas um reflexo de pais que costumam ler em casa. E, mesmo fazendo parte da geração internet, essas crianças conseguem cultivar o gosto pelo bom e velho livro. Hábito dos mais importantes. Quem lê com freqüência amplia o vocabulário, escreve e fala bem. E desenvolve uma boa capacidade de interpretação, que vai influenciar de forma positiva em todas as atividades escolares e, futuramente, profissionais. No país, existem apenas 26 milhões de leitores ativos, de acordo com a Câmara Brasileira do Livro (CBL). Essa turma lê pelo menos quatro livros por ano. E é minoria. Representa, de forma precisa, 16% da população, que detém 73% dos livros do país. Só um terço dos adultos brasileiros aprecia a leitura. E grande parte dos livros comprados são didáticos. Ou seja, obrigatórios. Da população adulta alfabetizada do país, 61% têm muito pouco ou nenhum contato com livros e 47% possuem, no máximo, 10 livros em casa. “Precisamos reverter esses números. Isso só será possível se soubermos criar o hábito da leitura entre as crianças. Ela deve ser informativa, através de jornais e revistas, ou por pura diversão, com a promoção de rodas de poesias ou contação de histórias”, diz a pedagoga Giselle Silva, especialista em educação infantil e ensino fundamental. Internet A internet revolucionou a forma de obtenção do conhecimento. Para grande parte da garotada, no entanto, ela pode se resumir aos populares sites de relacionamento. E daí, no mundo infinito e prático da grande rede, muitos jovens acabam abandonando o hábito de ler por prazer. “O desenvolvimento da leitura ainda é missão dos livros. Na internet, com os textos curtos, a expansão de vocabulário é pequena”, acredita o escritor pernambucano Raimundo Carrero, que costuma percorrer o estado realizando oficinas literárias para estimular o hábito da leitura em crianças e adolescentes. Tarefa difícil, mas não impossível. Basta incentivo de pais e educadores. “Quem nasceu em uma família de leitores, independentemente do poder aquisitivo dessa família, tem muita chance de se tornar um grande apreciador dos livros”, diz William Nacked, conselheiro do Instituto Brasil Leitor. De acordo com uma pesquisa realizada pela instituição, a mãe é indicada por 41% dos leitores como uma das duas pessoas que mais influenciaram no gosto pelos livros. Os professores foram citados por 36% dos entrevistados, seguidos do pai, citado por 24% dos participantes do estudo. É o caso da estudante Ana Cecília Carvalho, 13 anos. Desde pequena, ela convive com revistas, jornais e livros em casa. O pai, advogado, é o seu maior incentivador. “Ele lê muito. E isso acabou me influenciando a gostar de ler também”, conta. Desde os 6 anos, idade em que foi alfabetizada, Cecília já leu cerca de 100 livros. O preferido é Capitães de areia, de Jorge Amado. Assim como outros adolescentes, ela também gosta e usa a internet, mas a maior parte do tempo livre é destinado aos livros. COMO AGIR
Mantenha sempre livros, revistas ou jornais em casa. De preferência, sempre ao alcance dos pequenos leitores
Dê o exemplo. Os adultos que lêem incentivam as crianças e adolescentes a fazerem o mesmo
Ao ler o livro, demonstre as emoções que sente. Ria, faça comentários baixinho como se estivesse falando sozinho. Isso aguçará a curiosidade dos futuros leitores
Já pensou em implantar uma biblioteca familiar? Família que lê unida permanece unida
Em casa ou na escola, promova ou sugira rodas de contos literários
Quem disse que a leitura só começa após a alfabetização? Fazendo dramatizações e contando histórias, é possível atrair as crianças desde cedo para os livros
Que tal trocar a boneca ou o jogo eletrônico por um livro? O presente ganha importância ainda maior quando dado em datas especiais, como Natal e aniversário
Para furar o cerco à internet, incentive a relação afetiva da criança com o livro. Deixe-a manuseá-lo, levá-lo para o quarto, para a sala. A relação com a leitura precisa ser tátil, afetiva e espiritual
Incentive a leitura no dia-a-dia dos menores. Das placas na rua ao livro obrigatório da escola
Converse sobre os gostos literários dos seus filhos. Falar sobre o assunto pode torná-lo ainda mais estimulante Fonte: Instituto Brasil Leitor
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Encontro do dia 14/10
O nosso encontro girou em torno do filme "Narradores de Javé", dando continuidade ao planejamento, socializamos os diversos olhares sobre o filme em relação à leitura, escrita e o letramento. Após o debate chegamos a conclusão que o filme seria muito bem recebido nas séries finais do ensino fundamental;elencamos algumas questões que poderiam ser trabalhadas em sala de aula. As contribuições foram as mais variadas possíveis então, o grupo arregaçou as mangas e começaram a trabalhar, infelizmente não foi possível a socialização dos planejamentos que ficaram para a primeira parte do encontro de quinta-feira.
Abaixo relaciono algumas questões que foram aparecendo ao longo do debate.
- O grupo percebeu que, embora fosse visível a miséria a que o povo daquele lugar estava submetido, essa miséria era parte do cenário é não foi explorada de maneira pejorativa como é comum nos filmes nacionais.
- O grupo listou alguns gêneros típicos da oralidade que estão presentes no filme.
- Discussão acerca do letramento (conceito) e o nível de letramento de Antônio Biá.
- A relação de alteridade existente( a escrita é o outro daquel comunidade).
- A escrita/livro como instrumento de poder, meio pelo qual Biá barganhava vantagens pessoais.
- Em certo momento houve duas leituras do personagem Biá: a primeira foi de que ele não era suficientemente letrado para cumprir com o solicitado. Não soube fazer uso social da sua escrita. 2º Biá ,por possuir um certo grau de letramento, não sucumbiu aos delírios do povo, pois sabia que tal registro era insuficiente e inconsistente para o fim destinado.
- Questionou-se o fato daquele povo ser alegre ou acomodado.
- O grupo identificou no filme um fenômeno muito comum: a forte presença da religiosidade em comunidades menos letradas ( reunião na igreja, procissão e recuperação do sino).
- Um nível de leitura muito superficial- Zaqueu ilustra bem essa questão quanto convence o povo a ajudar a produzir o livro da salvação.
- A relação de Biá com a escrita.
- A resistência do povo ao diferente.
- Inversão de papéis- letrado estigmatizad0.
- O registro oral da propriedade da terra ( muito comum no início da nossa formação).
- A escrita é influenciada pelo olhar de quem dita e quem escreve.
- Questões para nortear a produção:
- De que trata o filme?
- Há alguma relação entre a cena inicial, leitura feita por uma senhora..., e a cena em que Biá decide escrever a história de Javé?
- Quais questões subjazem à escrita do livro da salvação?
- Para o Planejamento
- Possibilidades de trabalho com :
- Gêneros textuais ( oral/ escrito)
- Intertextualidade
- Léxico
- Figuras de linguagem
- Debate - trabalhando a questão da transposição do rio São Francisco/ importância e história da escrita/ Mobilização social e cidadania, entre outros.
- Reflexão gramatical( escrita e poder)
Tópicos a serem contemplados no planejamento:
- Tema da aula
- Objetivo
- Série
- Carga horária
- Metodologia
- Recursos
- Fechamento - produção textual
domingo, 12 de outubro de 2008
sábado, 11 de outubro de 2008
Analfabetismo funcional é o maior obstáculo da educação
Superar o analfabetismo funcional é o grande desafio da educação no Brasil – um problema que tem solução simples, como mostra a reportagem da série "Era uma Vez".Era uma vez um menino que queria muito aprender a ler. Ele mesmo se apresenta: "Meu nome é Ewerton, tenho 10 anos. Eu gosto de estudar, mas estou aprendendo a ler devagarzinho".
Ainda vai levar alguns meses e muitas aulas de reforço para Ewerton conseguir ler direito. Ele está na quarta série do Ensino Fundamental, mas ainda não consegue identificar todas as letras. "Eu fico lá e tento ler, mas não consigo. Ainda não conheço as letras todinhas", explica o garoto.
Ewerton não é exceção. O maior desafio da educação hoje não é manter a criança na sala de aula, e sim combater o que os estudiosos chamam de analfabetismo funcional – quando alguém tem limitações de leitura e escrita, mesmo dentro da escola. No Brasil, dos 27 milhões de jovens que, como Ewerton, estão no Ensino Fundamental, 60% chegam ao fim da oitava série sem saber interpretar um texto ou efetuar operações matemáticas simples.
O dado preocupa ainda mais quando se considera as crianças que estão na escola, mas simplesmente não sabem ler e escrever. Elas são cerca de 1,1 milhão no nosso país.
O nosso país hoje se orgulha de ter 97% dos jovens de 6 a 14 anos na escola. A taxa de analfabetismo caiu para 3% na faixa dos 10 a 14 anos. Mas, no Ensino Fundamental, 25,7% dos alunos estão atrasados, fora da série correspondente à sua idade.
Essa situação preocupa os educadores. "Uma criança que chega à terceira ou quarta série sem saber ler e escrever é uma criança que vai desistir da escola. Se ele sente que está numa condição inferior à dos colegas, que conseguiram ele sai", afirma a pedagoga Perina de Fátima Costa. "Para superar isso, a família é fundamental.
A mãe de Ewerotn, por exemplo, está pensando em aulas de reforço exclusivamente para a leitura. Afinal, o menino está determinado: "Quero passar e quero me formar", conta. "Estou me esforçando para ler, eu acho que vou ficar feliz quando conseguir".
Sabrina, de 12 anos, já sabe como é essa felicidade. "Agora eu sei ler. Quando aprendi, a professora disse que eu estava de parabéns", lembra. Ela passou pelas mesmas dificuldades de Ewerton: com aprovação automática e sem a orientação do professor, carregou de série para série a culpa por não conseguir ler: "Eu até comecei a chorar porque todo mundo sabia ler lá na sala, e só eu que não".
O fim da tristeza de Sabrina e de milhares de meninos e meninas chegou com as aulas de reforço. "Aprendi a ler no reforço. A professora mandou eu soletrar as palavras, e aí eu aprendi rapidinho", conta.
Hoje existem milhares de classes de complementação escolar no nosso país, geralmente oferecidas por instituições beneficentes ou organizações não-governamentais – lugares que são a prova de que, muitas vezes. o que falta é uma chance.
Aline encontrou uma chance e, aos 9 anos, já é poeta. Ela mesma recita os versos que fez:
Ainda vai levar alguns meses e muitas aulas de reforço para Ewerton conseguir ler direito. Ele está na quarta série do Ensino Fundamental, mas ainda não consegue identificar todas as letras. "Eu fico lá e tento ler, mas não consigo. Ainda não conheço as letras todinhas", explica o garoto.
Ewerton não é exceção. O maior desafio da educação hoje não é manter a criança na sala de aula, e sim combater o que os estudiosos chamam de analfabetismo funcional – quando alguém tem limitações de leitura e escrita, mesmo dentro da escola. No Brasil, dos 27 milhões de jovens que, como Ewerton, estão no Ensino Fundamental, 60% chegam ao fim da oitava série sem saber interpretar um texto ou efetuar operações matemáticas simples.
O dado preocupa ainda mais quando se considera as crianças que estão na escola, mas simplesmente não sabem ler e escrever. Elas são cerca de 1,1 milhão no nosso país.
O nosso país hoje se orgulha de ter 97% dos jovens de 6 a 14 anos na escola. A taxa de analfabetismo caiu para 3% na faixa dos 10 a 14 anos. Mas, no Ensino Fundamental, 25,7% dos alunos estão atrasados, fora da série correspondente à sua idade.
Essa situação preocupa os educadores. "Uma criança que chega à terceira ou quarta série sem saber ler e escrever é uma criança que vai desistir da escola. Se ele sente que está numa condição inferior à dos colegas, que conseguiram ele sai", afirma a pedagoga Perina de Fátima Costa. "Para superar isso, a família é fundamental.
A mãe de Ewerotn, por exemplo, está pensando em aulas de reforço exclusivamente para a leitura. Afinal, o menino está determinado: "Quero passar e quero me formar", conta. "Estou me esforçando para ler, eu acho que vou ficar feliz quando conseguir".
Sabrina, de 12 anos, já sabe como é essa felicidade. "Agora eu sei ler. Quando aprendi, a professora disse que eu estava de parabéns", lembra. Ela passou pelas mesmas dificuldades de Ewerton: com aprovação automática e sem a orientação do professor, carregou de série para série a culpa por não conseguir ler: "Eu até comecei a chorar porque todo mundo sabia ler lá na sala, e só eu que não".
O fim da tristeza de Sabrina e de milhares de meninos e meninas chegou com as aulas de reforço. "Aprendi a ler no reforço. A professora mandou eu soletrar as palavras, e aí eu aprendi rapidinho", conta.
Hoje existem milhares de classes de complementação escolar no nosso país, geralmente oferecidas por instituições beneficentes ou organizações não-governamentais – lugares que são a prova de que, muitas vezes. o que falta é uma chance.
Aline encontrou uma chance e, aos 9 anos, já é poeta. Ela mesma recita os versos que fez:
Tá na hora de parar, ter consciência com tudo.
Deixar que o verde da vida faça parte desse mundo.
Disponível em: http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL792354-16022,00-ANALFABETISMO+FUNCIONAL+E+O+MAIOR+OBSTACULO+DA+EDUCACAO.html
Excelente contribuição da professora Ana Dilma, e como ela mesmo disse, é necessário refletir e agir!
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Encontro do dia 09/10
Reflexões sobre o Acordo Ortográfico
PERFIL
Stella Maris Bortoni-Ricardo é Ph.D. em Lingüística pela Universidade de Lancaster (Inglaterra) e professora titular da Universidade de Brasília, onde ingressou em 1975. É sociolingüista e etnógrafa.
O Acordo Ortográfico, promulgado no Brasil em 29 de setembro de 2008, entrará em vigor em janeiro de 2009. Trata-se de iniciativa de política lingüística, aprovada em Lisboa, em dezembro de 1990, pela Academia de Ciências de Lisboa, pela Academia Brasileira de Letras e por delegações de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, a que o Timor aderiu posteriormente. Seu objetivo é a unificação das duas ortografias oficiais da língua portuguesa - a lusitana, adotada oficialmente em 1945, e a brasileira, datada de 1943, com alterações posteriormente aprovadas em ambas.
A ortografia lusitana foi alterada por reforma ortográfica realizada em Portugal em 1911, que não foi extensiva ao Brasil. Em 1971, no Brasil, e em 1973, em Portugal, foram promulgadas leis que reduziram substancialmente as divergências entre as duas normas ortográficas, persistindo, porém, algumas divergências. Ao longo do século XX, houve muitos esforços para unificar as duas normas, mas só se obteve êxito com a assinatura do presente Acordo, em 1990.
A grafia é um sistema de comunicação humana por meio de marcas visíveis, mais propriamente da escrita. Os primeiros sistemas de escrita eram pictográficos; coexistem hoje sistemas logográficos e fonológicos, distinguindo-se nesses últimos os silábicos e os alfabéticos, como o do português.
Depois da invenção da imprensa e com a progressiva generalização da escrita impressa, tiveram início as políticas públicas dos Estados nacionais voltadas para a gestão e padronização de suas línguas, com ênfase na definição de normas corretas de grafia. Ao longo da história moderna das nações contemporâneas, algumas têm realizado reformas ortográficas com o objetivo de tornar o sistema de escrita mais funcional, aproximando-o da pronúncia vigente da língua. Outras são avessas a reformas dessa natureza, considerando principalmente o custo de seu acervo de publicações.
O português é a sexta língua mais falada no mundo, utilizada por cerca de 240 milhões de pessoas, e os oito países que a têm como língua oficial constituíram, em 1996, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se tem encarregado da promoção e difusão do idioma.
À vista do grande número de falantes da língua portuguesa - como língua materna ou como língua segunda ou estrangeira - nos países-membros da CPLP e em outras partes do mundo, o volume de publicações em português ainda é pequeno, se comparado ao de algumas outras línguas que também têm fronteiras supranacionais. É obrigação de todos os países-membros da CPLP - obrigação que o Brasil deve estabelecer como um ponto essencial de sua política lingüística - ampliar as dimensões de sua cultura de letramento, seja fazendo crescer o número de leitores, seja favorecendo a produção e a circulação de livros e outros suportes do texto impresso.
Contrariamente ao entendimento de alguns, a adoção de uma ortografia unificada do português não vai de encontro às especificidades e variação que marcam a nossa língua nas muitas comunidades em que é falada. Essa diversidade, que se corporifica na pronúncia, nos léxicos e mesmo em construções morfossintáticas, é ao mesmo tempo um índice identitário de seus usuários e um patrimônio incomensurável da própria língua. É na diversidade que a unidade da língua portuguesa se constitui. A unificação ortográfica não atenta contra a variedade da língua oral nem contra a riqueza das manifestações culturais que a língua veicula.
Concluindo, podemos dizer que a principal vantagem que o Acordo Ortográfico trará aos países-membros da CPLP é a circulação mais ágil e o intercâmbio de obras impressas. Merecem especial relevo os livros didáticos, que poderão ser usados em vários países; as traduções de textos técnicos e científicos; o material em língua portuguesa na internet e o desenvolvimento dos produtos da revolução tecnológica da digitalização lingüística, tais como: os tradutores e corretores automáticos, a criação de normas técnicas e terminológicas e outros produtos da chamada lingüística de corpus.
O Ministério da Educação começará, em 2010, a adquirir e distribuir às escolas públicas livros didáticos impressos de acordo com a revisão ortográfica que o Acordo consigna, à qual os demais livros publicados no país terão de ajustar-se, a partir de 2013. Foi previsto também um prazo até 2012 para que em todos os exames escolares e concursos públicos sejam aceitas a forma antiga e a modificada das palavras que foram afetadas pela reforma, e que representam 0,5% do vocabulário da língua no Brasil.
A ortografia lusitana foi alterada por reforma ortográfica realizada em Portugal em 1911, que não foi extensiva ao Brasil. Em 1971, no Brasil, e em 1973, em Portugal, foram promulgadas leis que reduziram substancialmente as divergências entre as duas normas ortográficas, persistindo, porém, algumas divergências. Ao longo do século XX, houve muitos esforços para unificar as duas normas, mas só se obteve êxito com a assinatura do presente Acordo, em 1990.
A grafia é um sistema de comunicação humana por meio de marcas visíveis, mais propriamente da escrita. Os primeiros sistemas de escrita eram pictográficos; coexistem hoje sistemas logográficos e fonológicos, distinguindo-se nesses últimos os silábicos e os alfabéticos, como o do português.
Depois da invenção da imprensa e com a progressiva generalização da escrita impressa, tiveram início as políticas públicas dos Estados nacionais voltadas para a gestão e padronização de suas línguas, com ênfase na definição de normas corretas de grafia. Ao longo da história moderna das nações contemporâneas, algumas têm realizado reformas ortográficas com o objetivo de tornar o sistema de escrita mais funcional, aproximando-o da pronúncia vigente da língua. Outras são avessas a reformas dessa natureza, considerando principalmente o custo de seu acervo de publicações.
O português é a sexta língua mais falada no mundo, utilizada por cerca de 240 milhões de pessoas, e os oito países que a têm como língua oficial constituíram, em 1996, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se tem encarregado da promoção e difusão do idioma.
À vista do grande número de falantes da língua portuguesa - como língua materna ou como língua segunda ou estrangeira - nos países-membros da CPLP e em outras partes do mundo, o volume de publicações em português ainda é pequeno, se comparado ao de algumas outras línguas que também têm fronteiras supranacionais. É obrigação de todos os países-membros da CPLP - obrigação que o Brasil deve estabelecer como um ponto essencial de sua política lingüística - ampliar as dimensões de sua cultura de letramento, seja fazendo crescer o número de leitores, seja favorecendo a produção e a circulação de livros e outros suportes do texto impresso.
Contrariamente ao entendimento de alguns, a adoção de uma ortografia unificada do português não vai de encontro às especificidades e variação que marcam a nossa língua nas muitas comunidades em que é falada. Essa diversidade, que se corporifica na pronúncia, nos léxicos e mesmo em construções morfossintáticas, é ao mesmo tempo um índice identitário de seus usuários e um patrimônio incomensurável da própria língua. É na diversidade que a unidade da língua portuguesa se constitui. A unificação ortográfica não atenta contra a variedade da língua oral nem contra a riqueza das manifestações culturais que a língua veicula.
Concluindo, podemos dizer que a principal vantagem que o Acordo Ortográfico trará aos países-membros da CPLP é a circulação mais ágil e o intercâmbio de obras impressas. Merecem especial relevo os livros didáticos, que poderão ser usados em vários países; as traduções de textos técnicos e científicos; o material em língua portuguesa na internet e o desenvolvimento dos produtos da revolução tecnológica da digitalização lingüística, tais como: os tradutores e corretores automáticos, a criação de normas técnicas e terminológicas e outros produtos da chamada lingüística de corpus.
O Ministério da Educação começará, em 2010, a adquirir e distribuir às escolas públicas livros didáticos impressos de acordo com a revisão ortográfica que o Acordo consigna, à qual os demais livros publicados no país terão de ajustar-se, a partir de 2013. Foi previsto também um prazo até 2012 para que em todos os exames escolares e concursos públicos sejam aceitas a forma antiga e a modificada das palavras que foram afetadas pela reforma, e que representam 0,5% do vocabulário da língua no Brasil.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Oficina Chapeuzinho Vermelho - CFORM
Olha que linda a contribuição da professora Celestina, DRE/PP-C, nossa escritora.
Com a palavra a nossa escritora.
O encontro foi riquíssimo. Proporcionou-nos um leque de atividades a partir do conto de fadas. Percebo que apesar de todas as dificuldades, vale à pena procurar se qualificar e manter interações atualizadas mais e mais, somente assim, a sala de aula não vai cair num marasmo, numa monotonia; dentro do grupo, com a orientação da tutora, temos trocado experiências riquíssimas, que nos auxiliam no dia-a-dia.
Eu, Chapeuzinho Vermelho
Com a palavra a nossa escritora.
O encontro foi riquíssimo. Proporcionou-nos um leque de atividades a partir do conto de fadas. Percebo que apesar de todas as dificuldades, vale à pena procurar se qualificar e manter interações atualizadas mais e mais, somente assim, a sala de aula não vai cair num marasmo, numa monotonia; dentro do grupo, com a orientação da tutora, temos trocado experiências riquíssimas, que nos auxiliam no dia-a-dia.
Eu, Chapeuzinho Vermelho
Quero ser a Chapeuzinho,
que vai buscar novos conhecimentos.
Posso encontrar o Lobo Mau
trazendo dentro do bolso
mil problemas para me desviar do caminho,
do meu objetivo central.
Quero chegar ao coração do meu aluno.
Sou Chapeuzinho, sim
e na minha história tem Lobo Mau também,
mas eu sei o final do conto
eu não vou deixar ele levar a melhor.
Sai pra lá preguiça, cansaço, desânimo
Que eu quero ser feliz, fazendo o que sempre quis.
Sou valorizada? Não sei...
O importante é ter a consciência tranqüila
de que todo o caminho seguido,
é de dedicação e carinho.
Ser Chapeuzinho é guardar dentro do capuz
uma varinha de condão
E quando precisar fazer mágica, tirar de dentro dele,
coelhos, flores, lenços coloridos.
Encontrar no olhar da platéia, alegria, sorrisos e rostos atentos.
Afinal, ser professor é ser mágico
e poder transformar-se no que quiser
Mulher Aranha , Batman ou Chapeuzinho Vermelho.
Celestina Vianna
domingo, 5 de outubro de 2008
Rodas de LER: Mãos dadas
Rodas de LER/Chapeuzinho Vermelho
Esta semana vivi uma experiência ímpar participando do "Rodas de LER", organizadado pela professora Hilda Lontra. Eu e a Anne ministramos três rodas: Leitura como intrumento de cidadania e Chapeuzinho Vermelho: Múltiplos gêneros e uma mesma história.
É uma pena que tivemos alguns problemas administrativos, mas de um modo geral os participantes gostaram. Eu gostei muito da experiência, é fato que a semana de extensão veio em um momento muito turbulento, pois estou realizando várias coisas e estou cheia de atividades. A primeira roda foi com a leitura da música dos Titãs - Miséria, leitura inferencial e crítica, fizemos dinâmica para apresentação dos participantes, leitura de imagens, é imperioso dizer que entre uma discussão e outra falamos dos conceitos de letramento, cidadania, leitura, tudo corroborando para o fortalecimento de que a leitura é um instrumento primordial para a cidadania. Foram muitas as leituras, as inferências, aprendi muito, a leitura compartilhada amplia de maneira muito significativa os nossos horizontes, afinal são olhares diferenciados em torno de um mesmo objeto. Com a roda de Chapeuzinho Vermelho não foi diferente, trabalhamos o conto sob o enfoque feminista, apresentamos vários textos e discutimos a (Re) evolução da mulher ao longo dos séculos, esse trabalho foi bastante prejudicado por conta dos recursos audiovisuais não funcionarem, por ser um trabalho grande tivemos que correr muito com a apresentação.
É uma pena que tivemos alguns problemas administrativos, mas de um modo geral os participantes gostaram. Eu gostei muito da experiência, é fato que a semana de extensão veio em um momento muito turbulento, pois estou realizando várias coisas e estou cheia de atividades. A primeira roda foi com a leitura da música dos Titãs - Miséria, leitura inferencial e crítica, fizemos dinâmica para apresentação dos participantes, leitura de imagens, é imperioso dizer que entre uma discussão e outra falamos dos conceitos de letramento, cidadania, leitura, tudo corroborando para o fortalecimento de que a leitura é um instrumento primordial para a cidadania. Foram muitas as leituras, as inferências, aprendi muito, a leitura compartilhada amplia de maneira muito significativa os nossos horizontes, afinal são olhares diferenciados em torno de um mesmo objeto. Com a roda de Chapeuzinho Vermelho não foi diferente, trabalhamos o conto sob o enfoque feminista, apresentamos vários textos e discutimos a (Re) evolução da mulher ao longo dos séculos, esse trabalho foi bastante prejudicado por conta dos recursos audiovisuais não funcionarem, por ser um trabalho grande tivemos que correr muito com a apresentação.
Apesar dos contratempos o saldo foi positivo, as avaliações confirmam as nossas impressões. Espero encontra-los novamente no Colóquio de Letras nos dias 06, 07 e 08 de novembro, obrigada a todos que participaram das Rodas de LER, foi um enorme prazer compartilhar leituras com vocês. Até breve!
sábado, 4 de outubro de 2008
Encontro do dia 02/10
Ler é um verbo que não admite imperativo. Daniel Pennac
Subversão total ao planejamento, exageros a parte, introduzimos o conteúdo do fascículo 4, por meio de dinâmica, foi interessante, infelizmente o tempo foi curto para tudo que fora planejado, pois discutimos muito acerca da leitura em sala de aula, talvez motivados pelo encontro com as escritoras no dia 25/09. Foram excelentes e motivadoras as contribuições dos cursistas, fiquei extremamente emocionada com o trabalho de leitura realizado pelas professoras Carmenci e Lúcia, do CEF 04 do Guará. A professora Carmenci compartilhou conosco o fato de alguns de seus alunos lerem até 15 livros por bimestre, ficamos muito orgulhosos, sem dúvida, sob quaisquer circunstâncias, é bastante significativo o número de livros lidos, sobretudo o fato de que ela acompanha essa leitura. O professor Manoel, DRE/PP-C, também compartilhou conosco a sua experiência com a leitura e disse-nos estar alcançando bons resultados, pois dedica uma aula para a leitura e instiga os alunos por meio de desafios, foi bem interessante o seu relato sobre a conquista de um leitor para "A terceira Magem do Rio".
Passamos quase todo o encontro discutindo leitura, foi bom porque coincidiu com a leitura compartilhada dos capítulos 22 e 23 do livro "Como um Romance, Daniel Pennac", o que proporcionou um amplo debate favorecendo inclusive a proposta de oralidade e reflexão gramatical do fascíulo 4. Em seguida a professora Carmenci, DRE- Guará, apresentou-nos a atividade que ela e a professora Lúcia realizarão com os seus alunos (5ª,6ª e 7ª séries) sobre o preconceito lingüístico. A professora nos disse que a comunidade escolar é constituída tanto de alunos do Guará quanto da Estrutural, disse que ambos não se esforçam para diminuir as diferenças entre eles, muito pelo contrário essas diferença são firmadas e reafirmadas por ambos. A atividade é bem interessante, há uma estimulação inicial em que se previlegia a oralidade, são feitas uma série de perguntas para fomentar o debate, bem como, um diagnóstico acerca dos conhecimentos do aluno em relação ao preconceito( várias nuances e ênfase no preconceito lingüístico), após o aquecimento será feito um trabalho com a música "Rapaz caipira"- Renato Teixeira e como fechamento os alunos trarão outras músicas para serem apresentadas e discutidas com o grupo.
Foi bastante interessante a proposta das professoras, melhor foi saber que a formação continuada tem feito a diferença na ponta, ou seja, com os alunos. Formação continuada é isso mesmo, não oferece quase nada que já não tenhamos ouvido falar, o diferencial é a socialização de experiências e angústias, o que nos faz redimensionar nossas práticas cotidianas e oferecer um ensino mais comprometido e com maior qualidade aos nossos alunos. Tenho ouvido e acompanhado nos portfólios a realização de várias atividades motivadas pelos conteúdos apresentados e discutidos durante o curso, isso me faz muito bem e certamente fará bem aos meus formadores da UnB, mas, seguramente, nenhum de nós ficará mais feliz que os alunos, que sentirão no dia-a-dia os reflexos desse novo modelo de ensino/aprendizagem.
Parabéns Carmenci e Lúcia e a todos os cursistas do módulo II, vocês fazem a diferença na educação.
Uma boa semana a todos e até mais!
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